A principal queixa na esfera sexual que encontro na minha prática clínica diz respeito à Disfunção Erétil. Mas também surgem queixas relacionadas ao desejo (libido), problemas com a ejaculação e as dificuldades com o orgasmo (o prazer). Este último, o mais complexo no meu modo de ver.
A dificuldade ou falta de obtenção do orgasmo é um problema de solução complexa e deve ser sempre avaliado e conduzido de maneira multidisciplinar, por um psicoterapeuta, sexólogo e um urologista.
Esta é uma queixa que deve ser muito bem esmiuçada e entendida para que se possa obter um resultado satisfatório na sua solução. Devemos entender que o prazer sexual é o resultado final de toda uma cadeia de eventos que se inicia com o desejo (vontade cerebral), evolui para o envolvimento sexual (estimulação fisica e emocional) e resulta, por fim, na sensação orgásmica.
O que observamos, na prática, é que na maioria das vezes o problema é uma questão do envolvimento emocional na atividade sexual e não simplesmente uma alteração orgânica da ejaculação ou do orgasmo.
Importante se saber que, diferentemente do que pensa a maioria das pessoas, não é necessário que ocorra a ejaculação para que se obtenha a sensação de gozo. Isto é muito fácil de se observar no grupo de pacientes que se submeteram à retirada da próstata e das vesículas seminais para tratamento do câncer da prostata e que perderam capacidade de ejacular, mas permanecem com a sensação do prazer (orgasmo).
Portanto, um envolvimento emocional adequado durante a atividade sexual é extremamente importante e necessário para que se inicie um processo de ativação dos centros neurológicos e ocorra a resposta adequada, com consequente ereção, ejaculação e orgasmo.
Quando de natureza física, os problemas com a sensação de prazer podem estar relacionados com medicamentos usados pelo paciente ou por doenças metabólicas, neurológicas ou raramente endócrinas.