A testosterona é conhecida por sua importância para a função sexual. O hormônio também tem grande influência na fortificação dos ossos e na distribuição das gorduras, ajudando a evitar a concentração de gordura localizada nas vísceras e no abdômen. Exerce papel preponderante na definição da força muscular e na medula óssea ao estimular a produção das células sanguíneas. É responsável pela distribuição dos pêlos, e ainda contribui nas funções cognitivas, facilitando a percepção, a atenção, o conhecimento e o desenvolvimento do pensamento.
A Síndrome de Deficiência de Testosterona no homem adulto se inicia em torno dos 45 anos. A partir de então, estima-se que o homem reduz sua capacidade de produzir testosterona em cerca de 10% a cada década. Os sintomas mais observados são a redução do libido, comprometimento da qualidade das ereções, redução da atividade intelectual, fadiga, estado depressivo, perda de massa muscular, osteoporose e aumento da gordura corporal.
A Reposição Hormonal com Testosterona restaura os níveis normais deste hormônio e ajuda na reversão dos seus sintomas. O objetivo é restabelecer a qualidade de vida, o sentimento de bem-estar, a função sexual, a força muscular e o fortalecimento dos ossos. O tratamento, portanto, promove benefícios em relação à composição corporal, ao controle metabólico do organismo, melhorando as funções cognitivas associadas às atividades intelectual, de orientação espacial, lógica matemática, competência verbal.
Trabalhos comprovam que o tratamento com reposição de Testosterona pode determinar, também, uma modificação corporal com a redução e melhor distribuição da massa de gordura e um aumento da massa muscular. Nos casos em que exista um quadro de enfraquecimento dos ossos, pode-se obter um benefício importante, a melhora da densidade mineral óssea. Pacientes que apresentem distúrbios com seu metabolismo de gorduras e da glicose e que tenham baixas taxas de Testosterona no sangue, frequentemente se beneficiam da sua reposição. Estudos demonstram melhora no controle do diabetes e da Síndrome de Resistência à Insulina, um estado “pré-diabetes”, e também da Adiposidade Visceral, que é o depósito de gordura localizada nos órgãos internos.
QUANDO É INDICADA A REPOSIÇÃO
A Boston University School of Medicine, um importante centro médico americano, conta com uma força-tarefa composta por médicos da American Endocrine Society e profissionais de estatística e metodologia que tem como objetivo mapear e atualizar os parâmetros que guiam o diagnóstico e o tratamento da reposição de testosterona. O grupo entende que a Síndrome de Deficiência de Testosterona só deve ser tratada em pacientes que apresentem sintomas e sinais da doença, além de comprovada diminuição dos níveis de testosterona dosados no sangue no período do meio da manhã.
Muitas vezes estas dosagens estão no ponto mais baixo do considerado como normal. Nestas situações, o médico deve solicitar uma repetição da dosagem de testosterona e avaliar também a medida de Testosterona Livre Calculada (não serve simplesmente a dosagem da Testosterona Livre), que requer medições de uma proteína chamada SHBG (Sexual Hormone Binding Globulin) ou da Testosterona Biodisponível.
CONTRAINDICAÇÕES
As contraindicações absolutas para a reposição de testosterona são a presença de Câncer da Próstata e de Câncer de Mama do Homem.
Como a redução da testosterona se inicia na fase em que o homem passa a ter um aumento da Próstata, é essencial que haja um rigoroso controle desta glândula pelo urologista. Cuidados devem ser tomados no caso de haver alguma alteração observada no toque retal nos pacientes que tenham uma dosagem de PSA no sangue maior do que 3 ng/ml. Homens com maior risco de desenvolver um câncer da próstata – porque trazem consigo uma provável carga genética pela existência de parentes em primeiro grau que tiveram a doença – devem fazer controle mais frequente da próstata durante a terapia de reposição hormonal.
Controle rigoroso também deve ser direcionado para aqueles pacientes que apresentam uma maior contagem de glóbulos vermelhos (hematócrito maior do que 50%), apnéia de sono, dificuldades para urinar por um aumento benigno da próstata, ou insuficiência cardíaca congestiva.
Na ausência destes cenários descritos acima, os homens poderão colher os benefícios da reposição de testosterona com segurança. Existem várias formas de administração: oral, injeções intramusculares e aplicações através da pele (gel ou adesivos), além de “pastilhas” que são introduzidas, com anestesia local, no tecido subcutâneo. Há várias alternativas para o tratamento, variando o modo e a frequência da aplicação e eles podem ser de longa e curta duração.